quinta-feira, janeiro 09, 2020

O TEMPO



O cinza que escorre dos meus olhos
Cobre de penumbra o chão onde me sento.
Meu pensamento vagueia, num desnorte
Na garganta, as palavras gritam
E atropelam-se, numa luta de morte.

O tempo escorre, devagar,
mas o silêncio, que, como uma teia, me abraçava
rompeu-se, num estrondo,
o sol acendeu-se no horizonte
e encheu de luz o meu olhar.

Pouco a pouco o céu
Era uma tela colorida
e a tarde partia devagar
Lenta e luminosa,
Numa fogueira de sons e cores ardida.

A noite chega, redonda como um vaso
E nela me deito, para enfim descansar.
As pernas enrolo e as mãos desdobro
Para com elas me tapar.
Regresso a mim mesma, sonho e extravaso.




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