O presente pra mim é hoje
Tal qual uma folha em branco,
Pois que, por dentro e fora me lavei,
Nas imensas águas, onde,
Por longo tempo naveguei.
Dia e noite, noite e dia
Fui desatando o nó
Que a garganta me apertava
E deixei que do meu peito se soltasse
Toda a mágoa acumulada.
Uma a uma, desfolhava,
Como flor que já não era
E nas águas afundava,
Como pétalas sem história,
Buscando sombra e morada.
Rumei enfim, para a margem
Em busca de uma casa onde houvesse
Muitas portas e janelas,
Por onde o sol sempre entrasse
E também risos e falas.
Uma casa grande, grande,
Pra que o mundo lá coubesse.
Foto encontrada na net.