segunda-feira, julho 12, 2021

FUGA


 

É na garganta

Que as palavras se atropelam

E as perguntas se debatem

Na ânsia de ser feitas,

É lá que tudo se enovela

E um nó de muitas pontas se agiganta

Me toma por inteiro e me sufoca

 

Sorvendo o ar em goles diminutos

Mergulho no caos da incerteza

E busco a minha essência

Num regresso às origens mais profundas

Que procuro sem cessar nas escuras águas

Da minha inconsciência.

 

Sinto-me de novo um embrião

Que busca nesse fluido acolhedor

O calor e a segurança que a vida me roubou.

E adormeço, sentindo que sou parte dessa água

Onde flutuo, e que o tempo

Não passa de uma sombra que se esfuma.

 

 

Imagem colhida na net

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