O cinza que escorre dos meus olhos
Cobre de penumbra o chão onde me sento.
Meu pensamento vagueia, num desnorte
Na garganta, as palavras gritam
E atropelam-se, numa luta de morte.
O tempo escorre, devagar,
mas o silêncio, que, como uma teia, me abraçava
rompeu-se, num estrondo,
o sol acendeu-se no horizonte
e encheu de luz o meu olhar.
Pouco a pouco o céu
Era uma tela colorida
e a tarde partia devagar
Lenta e luminosa,
Numa fogueira de sons e cores ardida.
A noite chega, redonda como um vaso
E nela me deito, para enfim descansar.
As pernas enrolo e as mãos desdobro
Para com elas me tapar.
Regresso a mim mesma, sonho e extravaso.
17 comentários:
Que maravilhosa poesia! Dá gosto vir aqui te ler! beijos, chica
Bom ano. Que este ano te mantenha a escrever poemas maravilhosos como este.
Bom fim de semana
Fantástico poema! :)
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Não te quero perder do pensamento.
Beijo e um excelente fim de semana!
Para início de conversa, BOM ANO NOVO, rapariga, minha amiga!
O tempo, o nosso tempo, é mesmo assim, ou seja, umas vezes estamos UP, outras, DOWN. O atmosférico é também irregular, mas nada podemos fazer pke à noite sucede ao dia e ao verão, o outono. Os dias já estão um bocadinho maiores, e eu fico tão feliz com esse pormenor, que para mim faz toda a diferença. Adoro luz, dias grandes e calor, assim como "canta" a estrofe III do teu bonito e sensível poema.
Gostava que escorresse verde dos teus olhos, sinal de esperança, de vitalidade e renascimento, mas, poeticamente, espero que seja só nas palavras daqui, escorre-te cinzento. Temos que tentar ver a vida multicor, ou tu pensas que toda a gente tem uma vida k é um mar de rosas? Não, não é. Os hospitais estão cheios de pessoas, e algumas com doenças bem graves, então, nós somos, por enqto, umas sortudas. Um amor a mais, um amor a menos, tudo passa nesta vida, minha menina.
Toda a gente espera, ou por isto, ou por aquilo, tu não és a única. Eu espero, diariamente, por saúde. O resto a gente encontra.
Tu viste a passagem de ano pelos vidros da janela, pke estavas com gripe, e eu nem isso, não pke estivesse com alg. maleita, mas pke detesto fogo de artifício e gente a fazer banzé. Acredita que ainda não percebi, pke se celebra o ano novo. Adoro viver e para mim, todos os dias do ano, velho ou novo, são de agradecer ao Coração do Universo.
Há dois anos, que tenho ficado em casa, por opção, e não há frutos secos, nem folguedos, e a televisão este ano foi uma treta para não dizer o que tu subentendes. Já passei bons réveillons, de vestido comprido, preto ou vermelho, com ceia ímpar e orquestra a condizer, mas sem maluqueiras estridentes. Isso sim, vale a pena!
Beijos, um abraço grande e as tuas melhoras rápidas.
Gostei da imagem, que escolheste para o teu poema. Predomina o cor-de-rosa e o verde. Bom sinal!
por vezes basta um olhar
para nos trazer a luz
e tirar-nos da penumbra
bom ano minha amiga!
beijinhos
:)
Olá, que excelente definição do tempo, assim, vestido de poesia.
A minha melhor definição do tempo prende-se, com as vivências.
O tempo é o ontem mascarado de núvens, sol e uma paragem algures.
O nosso olhar o veículo que nos transporta para além dele.
O seu poema resume bem a sua definição do tempo.
Somos únicos e singulares e cada um o vê ao seu jeito.
Um ano novo com muita saúde e tudo de bom.
Imagem e poema muito interessantes, gostei da composição, da união, tudo a ver! Um abraço.
Muito bonito!
"o sol acendeu-se no horizonte
e encheu de luz o meu olhar."
Que assim seja sempre!
Um óptimo e luminoso Ano, amiga!
Beijinhos.
Por vezes basta tão pouco para encher o nosso olhar de luz.
Maravilhoso poema
Beijinhos
Parabéns por este poema, é magnífico.
Escreve mais vezes... os teus leitores agradecem.
Querida amiga, continuação de boa semana.
Beijo.
Olá, minha amiga!
Espero que estejas já curada da gripe e que já tenhas respirado os ares, frios, bem o sabemos, pelo menos em Lisboa, do teu Algarve.
Passei para saber de ti e dizer-te que tenho novo poema e vídeo publicado no meu blogue. Qdo te apetecer e te for possível, aparece. obrigada!
Beijos e boa semana, que vai ser fria, como ouvi na televisão.
Um belo poema: rico, intenso, pejado de belas metáforas. E, sim, somos um lapso de memória na voragem do tempo, mas o sol, com o qual a Terra brinca, desvairada nos seus movimentos de desequilibrado equilíbrio, renova, em cada dia que passa, os alentos desalentados dos nossos sonhos renovados.
Beijinhos
O tempo é uma abstração medida pela ansiedade do homem. Sempre regressamos a nós mesmos, mas nunca ao ponto de partida, ao viço e vigor dos tempos juvenis, razão pela qual, quando a noite chega, é imperioso descansar.
Os laivos existencialistas do poema, em muito remetem para a compexidade prosaica da razão da vida humana.
Saudações poéticas.
Juvenal Nunes
Dulcilóquo
Regressar, sonhar e extravasar; acho que é uma das máximas
da vida; a gente precisa disso o tempo todo.
Gosto de cinza, acho que traz um estado de olhar para
dentro de nós mesmos. O cinza para mim é como um céu azul k;
No sítio não tinha muros fui obrigada a fazer por vários motivos e
pretendo fazer um chapisco de cimento para deixar cinza k.
Muito boa imagem.
Bom finalzinho de mês.
PAZ E BEM.
Achei este conteúdo interessante e compartilhei em meu facebook.
Bismaxon gravacoes
Olá, querida amiga!
Como estás? Espero k já estejas completamente curada da gripe.
Então, e o "Tempo" não passa por aqui-rs?
Amanhã, Dia dos Namorados, o meu blogue é aniversariante. Evidente que te quero na "festa". Espero por ti. Obrigada!
Beijos e um abraço enorme.
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