
Da minha janela, eu vejo...
Vejo o mar,
Sempre belo e poderoso
Quer seja azul, preguiçoso,
Ou cinzento e alteroso...
Vejo a praia, que ele beija
e onde espalha a branca espuma
Que a areia tanto deseja,
Ciosa como nenhuma...
Vejo os barcos ancorados,
De proa brilhando ao sol.
Guardam no bojo, assombrados,
Histórias que o mar lhes contou,
E que acrescentam ao rol...
Vejo a calçada, tão bela,
Com palmeiras enfeitada,
Alisando as pedras, contente,
Pr'acolher toda essa gente
Que nela caminha, apressada,
Ou que nela pisa, somente...
E vi também,
Deslumbrada,
Uma lua desenhada
Na noite que escurecia.
De laranja estava pintada
E subia, preguiçosa,
Cheia de graça, encantada,
Até ficar prateada,
Imensa, desavergonhada,
Que nada deixa esconder...
Da minha janela, eu vejo...
Vejo o belo acontecer...
Foto de Luis Carreira, (tirada da net)