É na garganta
que as palavras se atropelam
e as perguntas se debatem
na ânsia de ser feitas,
é lá que tudo se enovela
e um nó de muitas pontas se agiganta
me toma por inteiro e me sufoca
Sorvendo o ar em goles diminutos
mergulho no caos da incerteza
e busco a minha essência
num regresso às origens mais profundas
que procuro sem cessar nas escuras águas
da minha inconsciência.
Sou de novo um embrião
que busca nesse fluido acolhedor
o calor e a segurança que a vida me roubou.
E adormeço, sentindo que sou parte dessa água
onde flutuo, e que o tempo já vivido
não passa de uma sombra que se esfuma.
Imagem colhida na net