Vi-te partir
e a seguir
o sol caiu a meus pés,
o céu rasgou-se
e chorou
até apagar o fogo
que alastrou pelo chão.
Depois o mar engrossou,
rugiu e a terra galgou
para varrer toda a dor
Que a tragédia provocou.
Fui levada e arrastada
quando a onda regressou.
Andei vidas à deriva,
fui barco sem vela no mar,
mar que foi onda,
mas também foi chão,
mar que me embalou
e ajudado pelo tempo,
as minhas feridas sarou,
mar que um dia,
noutra onda,
em terras de Barlavento
eu sei que me vai largar.