quinta-feira, fevereiro 16, 2012
quarta-feira, fevereiro 01, 2012
BAILARINA
POR DELICADEZA
Bailarina fui
Mas nunca dansei*
Em frente das grades
Só três passos dei
Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dansei* no avesso
Do tempo bailado
Dansarina* fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei
Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado
Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei
Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também eu direi:
"Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida"
Poema POR DELICADEZA in O Nome das coisas
* sic
De Sophia de Mello Breyner Andresen
Etiquetas:
avesso,
delicadeza,
prisão
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