terça-feira, junho 15, 2010

CASULO

Abro as portas ao silêncio
Para calar os gritos que não solto,
Para diluir as lágrimas que não choro
E que inundam a transparência líquida dos meus olhos.

Navego então na solidão do meu vazio
Surda aos sons abafados pelo nada,
Cega às cores que fluem, transitórias,
Fechada às lembranças que me assolam
No frio cortante de cada madrugada.

E fico assim, fechada num casulo,
Esperando ganhar asas
Quando um vento, por destino, aqui passar
E num gesto solidário me empurrar
Deixando-me a navegar de novo
No mar aberto dos sentidos.

Foto encontrada aqui  http://www.h2art.com.br/portfolio/3d/casulo02.jpg

15 comentários:

Benó disse...

E no mar aberto dos sentidos..... que o seu navegar seja calmo.
Gostei muito.

Valquíria Calado disse...

Oi amiga,vim conferi este lindo poema,bela esta tua escolha e ficou uma postagem maravilhosa.
beijos no coração, trouxe-lhe tb uma palavra.
Não esqueça de visitar o hanukká:

http://hanukkalado.blogspot.com/

Salmos 139,18
17 E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!
.18 Se eu os contasse, seriam mais numerosos do que a areia; quando acordo ainda estou contigo.

CA disse...

Bicho da seda... crisálida... borboleta... seda !!!

Mais que um ciclo de vida !!! é um projecto de vida !!!

Pegando num casulo, facilmente se percebe que se pode desenrolar e tirar um longo fio, resistente, brilhante e macio.

Assim são os seus poemas:
lindos, macios e resistentes ao tempo que o amor sabe abrir e tecer o sonho de uma vida...

...O sonho do AMOR!!!

tuaregue disse...

Ciclo das metamorfoses|||

Ciclo do renascimento!!

Ciclo do amor!

Ciclo da vida.

Poema mais que lindo...
poema profundo...
poema muito cheio de vivências!!!

O Neto do Herculano disse...

Sempre me entrego aos sentidos.
Só me falta asas.

ErikaH Azzevedo disse...

Ai minha baby, são tans as vezes que me senti uma largata pequenina, mas em todas as vezes jamais desconheci o meu destino de céu, de que nasci mesmo foi pra voar.

Aceito tranquilamente cada fase minha, cada penar...resignadamente, sou borboleta, feita dessas metarmofoses necessarias todas, e sou a cada uma mais eu, mais forte, mais minha, dona do meu destino....

Meninaaaaaaaaaaaa...fiquei em extase com a imagem que tu encontraste e como se não bastasse o poema veio complementar ...escreveste com lágrimas nos dedos, dessas que fertilizam qualquer "desvirgindar" de um papel em branco.

Lindaaaaaa...amei viu...vou mandar pra amigas minhas ele....todas as que se acham tb borboletas... como nós.

Deus te abençõe menina em cada beleza desse teu sentir, viu!

Bjo-te com ternura..um beijo que é tb abraço.

Erikah

Vanuza Pantaleão disse...

Baby, obrigado pela visita ao blog da minha mãe. Após o dia 25 de junho que é realmente o seu aniversário, ela volta para retomar o comando daqui. Eu ando correndo, pois estou terminando a faculdade e já estou até de saída. Mas li seu poema que é sensacional e ficou bem sintonizado com a imagem. Um grande abraço do Guilherme!

Secreta disse...

Fantástico poema...
Beijito.

Cristina Fernandes disse...

Excelente a simbiose entre as palavras e a imagem. O mar dos sentidos nunca se engana...
Um beijo
Chris

Ana disse...

És borboleta que voa com asas de poesia.
Um poema belíssimo !
Beijo amigo.

Anónimo disse...

Olá Querida Amiga!
Lindo poema!Ele está muito bem documentado com a foto.
Claro! O conteúdo é toda a sua força, que eu chamo de dramática. A qual tem o seu epílogo na sestina, que tal como um soneto fecha com chave de ouro o sentido expresso nos dois primeiros grupos de versos.
PARABÉNS! Porque aptece ler outra vez o poema.

Noribal

vieira calado disse...

Olá, amiga!

O seu poema é muito interessante.

Vamos ter que conversar sobre as suas produções.

Depois lhe digo porquê.

Beijoca

Nilson Barcelli disse...

Magnífico.
Da melhor poesia que já li tua.
Gostei mesmo.
Beijos.

CA disse...

Excelente poema digno de figurar numa antologia de poesia.

Mais um poema a juntar à colectânea desta singular ins+irada poetisa

Dois Rios disse...

Abro as portas ao silêncio
Para calar os gritos que não solto,


Isso me faz pensar nos quantos gritos damos em silêncio!

Adorei esses versos!

Beijo, Baby!

Inês

Rosas

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